domingo, 24 de abril de 2016

A LENTA AGONIA DAS MEMÓRIAS


Longe, a guerra parecia substituída pela paz ou certos sonhos de silêncio. Repenso o rumor das águas do rio Loge, a ilha breve inerte no seu grande estuário. Escrevia: tenho de arranjar uma piroga para remar até além. Apesar desse desejo misturado ao sonho da travessia nunca encontrei a piroga, nem as coisas que poderiam fazer esse papel ou qualquer bóia constituída por pneus, alternativas assim. Eu estava sentado na fortaleza e olhava o recorte da ilha, oblonga, habitada por aves menores mas vibrantes, a esvoaçar. Mas não havia alternativa para essa visita solitária nem garantias de um retorno em forma de memória boa.

Sem comentários:

Enviar um comentário